Antonio Em Contexto

quarta-feira, 22 de maio de 2024

Maranhão - Qual é o verdadeiro motivo por trás das transferências por “necessidade de serviço” que ocorrem com policiais militares?

Seguindo nosso papel de dar voz, e/ou ser porta-voz de quem precisa, publicaremos essa denúncia, que é vergonhosa para o estado democrático de direito segundo nos é dito na CF-88

Não cabe a nós acusarmos, mas sempre ocorreu e continua ocorrendo transferência de policiais militares por razões inexplicadas ou teoricamente justificáveis com base em uma alegação técnica de “necessidade de serviço”, que na verdade parecem servir para encobrir e legitimar  retaliações e perseguições de cunho político contra servidores da segurança pública que ousam pensar, discordar ou se posicionarem contrários aos interesses dos políticos. 

Nós por exemplo, citamos o caso que chegou ao nosso conhecimento no ano passado, referente à uma transferência repentina de um policial de Imperatriz, o Soldado PM Kaio, conhecido como Kaio Negrão, filho do jornalista Paulo Negrão.

Kaio possui uma recíproca relação com colegas jornalistas e blogueiros local, por também ser membro da imprensa, de modo que exercia a assessoria de comunicação na unidade em que servia em Imperatriz, em um trabalho que aproximou a imprensa local do batalhão em que ele era lotado fortalecendo relações entre os comandos e a imprensa.

Depois de anos trabalhando no serviço de inteligência e também nas guarnições de rua, soubemos que policial militar foi mandado para o São Luís, através de uma ordem que partiu ainda em dezembro de 2022, após um período turbulento de eleições. Em janeiro de 2023, nos foi confirmado que Kaio recebeu uma determinação para se apresentar na capital do Maranhão e que a partir dali, estaria escalado para trabalhar no bairro Cidade Olímpica, um dos mais perigosos do Maranhão. Sem qualquer tipo de assistência teria que se mudar, com mulher grávida e um filho de 1 ano de idade, para atender à determinação. 

O motivo do nosso questionamento é o mesmo das famílias de inúmeros servidores que são alvos de perseguição e que passam por situações semelhantes. O mais estranho ainda; é que ao apurarmos a situação do PM Kaio, não encontramos processo, sindicâncias, punições, corrupção ou qualquer inquérito contra o mesmo que pudesse justificar tal transferência. Porém, fato interessante é que tudo isso coincidentemente aconteceu quando o pai deste militar começou a tecer críticas mais fortes às gestões governistas. Todos sabem que em Imperatriz, tanto Kaio quanto Paulo, sempre participaram ativamente dos debates e são ótimos formadores críticos de opinião. 

Na época também, o Sd PM Kaio deixou de apoiar políticos da Imperatriz, e apoiou um policial militar de São Luís, que estava disputando o cargo de deputado estadual, e que inclusive hoje está como deputado, além também de apoiar uma deputada de direita, fator também que gerou insatisfações por parte de políticos que outrora o policial já tinha apoiado e que eram da base governista. 

A pergunta que fica é: qual é o preço que um trabalhador honesto deve pagar por discordar de poderosos? 

A perseguição velada, a fim de prejudicar uma pessoa de bem, é a premiação pelos relevantes serviços prestados e reconhecidos pelos próprios superiores?

Onde estão os políticos que são amigos das polícias nessas horas?

Ao soldado Kaio, nossa solidariedade e amizade, visto que tudo isso gerou-lhe transtornos emocionais e psicológicos que mesmo não expondo, sabemos da existência. 

Texto denúncia foi tornado público, primeiro pelo dever cívico-jornalístico, segundo por razões de direito à liberdade de expressão, e terceiro, por não ser justo medidas como está, sem consonância com a necessidade real,  já que em Imperatriz, não está sobrando PMs, ao contrário. 

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