O deputado Claudio Cajado, que integra a Comissão de Orçamento, falou sobre o assunto em entrevista à Rádio Câmara
Depois de firmado acordo entre os
Poderes sobre as regras de execução das emendas ao Orçamento, as comissões da
Câmara e do Senado terão que votar as indicações de repasses de recursos que
serão feitas pelos líderes partidários para que as chamadas “emendas de
comissões” sejam executadas este ano. Essa votação deverá acontecer logo
após a votação do Orçamento de 2025 (PLN 26/24), que começa no dia 11.
A votação depende também da
eleição dos novos presidentes das comissões. Para essa eleição, os partidos
escolhem as comissões que interessam e indicam os presidentes – mas essa regra
pode mudar. Segundo explica o deputado Claudio Cajado (PP-BA), o fato de o
presidente indicado nem sempre se identificar com o partido pode se tornar um
problema em relação à votação das emendas.
“Muitas vezes a atitude do
presidente não está de acordo com o partido que o indicou. Então será estudada
uma possibilidade de alteração regimental para que as posições partidárias que
o partido indica dentro do colegiado estejam em consonância com os princípios
estatutários daquele partido”, diz.
Indicações
Assim que for votado o Orçamento, os líderes de partidos terão que reunir suas
bancadas e fazer as propostas de indicações para as comissões. Pela lei
complementar que regulou as emendas (LC 210/24), as comissões terão 15 dias
para votar essas indicações com registro em ata. As indicações deverão ser
feitas para programas votados pelas comissões no ano passado, sendo que 50% do
valor é programado para a área de Saúde.
Cajado, que integra a Comissão
Mista de Orçamento, disse que gostou do novo acordo feito entre os Poderes
sobre as emendas orçamentárias, mas que ainda ficaram algumas dúvidas sobre o
que seria o caráter “estruturante” das emendas de bancadas estaduais. Ele
acredita que o repasse de recursos para vários hospitais em uma região é tão
importante quanto fazer a obra de um único hospital.
Sobre as emendas de transferência
direta para municípios, chamadas de emendas pix, Cajado afirma que foi
importante o questionamento do Supremo Tribunal Federal sobre a sua
transparência e fiscalização. Mas o deputado acredita que estas emendas
precisam permanecer porque elas eliminam o que ele chamou de “entrave
burocrático”, quando só havia a possibilidade de convênios.
Valor das emendas
Quanto ao total das emendas parlamentares ao Orçamento, em torno de R$ 50
bilhões, Claudio Cajado afirma que não acha alto o valor e que os parlamentares
têm o direito de fazer estas indicações.
“Eu penso que você colocar quem
não foi eleito, ou seja, um ministro de Estado ou secretários estaduais, com a
decisão de liberar aqueles recursos exclusivamente, sem que haja participação
de quem foi eleito democrática e espontaneamente pelo voto popular, também é
injusto. Então eu penso que a execução orçamentária deva ser compartilhada”.
O ministro Flávio Dino, relator das ações sobre emendas parlamentares no STF, tem dito que o mérito destas ações ainda será julgado pelo tribunal. Portanto, as questões sobre o tamanho das emendas dentro do Orçamento ainda serão debatidas na corte. Redação: Silvia Mugnatto - Agência Câmara de Notícias
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